Noites atribuladas

Sonho muito. São raras as vezes que não me lembro do teor dos meus sonhos ou pelo menos parte deles. Estranho quando acho que a noite passou sem ter tido uma única aventura.
Quando acordo sei perfeitamente o que sonhei. O que acontece muitas vezes é que o dia passa e o sonho vai passando também da minha memória. Depois há cenas que vou relembrando com algumas associações que faço. Outras são tão caricatas que por mais que perca os pormenores a essência fica.

Numas noites anteriores sonhei com uma coisa que tenho medo que aconteça na realidade. Estava tão amedrontada que cheguei ao cúmulo de pensar "Ainda bem que estou a sonhar, quando acordar é tudo mentira".

Na noite passada estava eu "muito bem" sentada com um individuo do sexo masculino, que por alguns motivos já não vejo a algum tempo e cuja a identidade não vou revelar, a meter a conversa em dia, quando ele começa a ficar com um ar estranho. Assustada, perguntei:
- Está tudo bem? Sentes-te bem?
- Não sabes, mas desde a última vez que falámos descobri que sou almoço-maníaco.
- És o quê? Isso é grave?
Fez-se silêncio. Não obtive resposta.
Estava cada vez mais estranho. Fixava mais e mais o olhar. Ia-se debruçando sobre a mesa, aproximava-se cada vez mais... Até que olhei para o relógio. Eram 12h30. Olhei novamente para ele, pensei no que me tinha dito, "Sou almoço-maníaco. Sou almoço-maníaco. Sou almoço-maníaco. Sou almoço-maníaco...". Levantei-me e disse:
- Tenho de ir. Vamo-nos vendo por aí! (Até nunca. Pensei.).

Valeu a risada da mana quando lhe contei que o ... me queria comer.